domingo, 1 de agosto de 2010

Fim do espetáculo





E chega a hora em que a menina se cansa do nariz vermelho e de sorrir sempre.
[pronto. os dias verdes estão cada vez mais cinzas]
Sente que vive as mesmas coisas a tanto tempo que os sentimentos começam a enrugar.
[e os dias são mais cinzas a cada mentira mal contada]


Ouviu dizer por aí que as situações não mudam, só mudam as pessoas.
De fato já pensava que as situações são sempre as mesmas e que por isso mesmo as pessoas, na maioria das vezes, parecem as mesmas. 
É tudo tão igual, a decepção e a tristeza.
Mas no fim, o fim parece estar mais próximo que o imaginado. 
O fim já repetido tantas vezes que parece calejar. 
Parece, apenas.
É o momento do espetáculo em que as máscaras caem.
Acaba a folia, acaba a musica, esgotam-se as boas desculpas, que nem boas eram... e então todos podem se ver com a clareza temida... ah, mas só podem se quiserem...
Sim, caro amigo, de aparência vivem todos os hipócritas. 
De riso falso e sem maquiagem de palhaço... e da platéia que os aplaude só por conveniência.
Fica feio não aplaudir, onde foi a sua educação?


E sabe o circo? 
Exige o sorriso meio torto da menina que se cansou.
Ela não aplaude.
Por estar cansada das mentiras ouvidas todos os dias, não quer sorrir para o que não tem graça.
.
.
.
A menina se cansou
E cansada está
Até não sei quando.

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