Não tente mais me contaminar com a tua febre, Me inserir no teu contexto, Me pregar tuas certezas, Tuas convicções e outros remoinhos virulentos que te agitam a cabeça. Pouco se me dá, se mudam a mão de trânsito, As pedras do calçamento ou o nome da minha rua, Afinal, já cheguei a um acordo perfeito com o mundo: Em troca do seu barulho, Dou-lhe o meu silêncio.
domingo, 1 de agosto de 2010
Ele
'Por mais que eu lutasse para não pensar nele, eu não lutava para esquecê-lo.
Eu me preocupava - tarde da noite, quando a exaustão da privação de sono penetrava em minhas defesas - que tudo desaparecesse.
Que minha mente fosse uma peneira e eu um dia não conseguisse lembrar da cor exata de seus olhos, da sensação de sua pele fria ou da textura de sua voz.
Eu podia não pensar naquilo, mas queria me lembrar de tudo.
Porque só havia uma coisa em que eu precisava acreditar para poder viver - eu precisava saber que ele existira.
Era só.
Todo o restante eu podia suportar.
Desde que ele tivesse existido'.
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