segunda-feira, 12 de julho de 2010

Enfim!















Vem cá. Me dá aqui a sua mão. 
Coloca sobre meu peito. 
Agora escute. 
Olha o tumtumtum. 
Você pode me ouvir? 
É pra você, seu besta! 
É por você que meu coração bate! (Ele, que de tanto bater, parou sem querer outro dia). 
Posso confessar? 
Jura que vai acreditar em mim? 
A verdade é que estou de saco cheio de histórias românticas. 
Meus casos de amor já não têm a menor graça. 
Será que você me entende? 
Eu não escrevo porque vivo amores cinematográficos e quero contar pro mundo. 
Não!! 
Eu escrevo porque eu sou uma maluca. 
Minha vida é real demais. Um filme B pra ser mais exata. 
E eu não acho graça em amores sem final feliz. 
Por isso, invento. 
Pro sangue correr pelas veias, pra lágrima cair dos olhos, pra adrenalina sacudir o corpo. 
Eu invento amores pra ver se eu acredito em mim. 
(Acredita?). 
Mas hoje eu estou cansada. 
Estou cansada de mentiras, de realidade, de telefone mudo e de músicas sem letra.(...)
(...)Me deixa ser egoísta. 
Me deixa fazer você entender que eu gosto de mim e quero ser preservada. 
Me deixa de fora de suas mentiras e dessa conversa fiada. 
Eu sou uma espécie quase em extinção: eu acredito nas pessoas. 
E eu quase acredito em você. 
Não precisa gostar de mim se não quiser. 
Mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado. 
Não me diga nada. 
(Ou me diga tudo). 
Não me olhe assim, você diz tanta coisa com um olhar. 
E olhar mente, eu sei! 
E eu sei por que aprendi. 
Também sei mentir das formas mais perversas e doces possíveis. 
(Sabia?) 
Mas meu coração está rouco agora. 
GRAVE! Você percebe?
 Escuta só como ele bate. 
O tumtumtum não é mais o mesmo. 
Não quero dizer que o tempo passou, que você passou, que a ilusão acabou, apesar de tudo ser um pouco verdade.
O problema não é esse. 
Eu não me contento com pouco. 
(Não mais). 
Eu tenho MUITO dentro de mim e não estou a fim de dar sem receber nada em troca.
Essa coisa bonita de dar sem receber funciona muito bem em rezas, histórias de santos e demais evoluídos do planeta. 
Mas eu não moro em igreja, não sou santa, não evoluí até esse ponto e só vou te dar se você me der também."




PS:


"Ela também teve seu coração machucado. 
Dilacerado, imagino.
Normal. 
Desse mal, meu bem, ninguém escapa. 
Mas o bom disso tudo é que agora consigo abrir meu coração sem rodeios. 
Sim, amei sem limites. 
Dei meu coração de bandeja. 
Sim, sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim. 
Mas tudo está bem agora, eu digo: agora.
Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. 
Descobri tantas coisas. 
Tantas, Tantas.
Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. 
Que viver um amor. 
Tantos amigos. 
Tantos lugares. 
Tantas frases e livros e sentidos. 
Tantas pessoas novas. 
Indo. 
Vindo. 
Tenho só um mundo pela frente. 
E olhe pra ele. 
Olhe o mundo!
É tão pequeno diante de tudo o que sinto. 
Sofrer dói. 
Dói e não é pouco. 
Mas faz um bem danado depois que passa. 
Descobri, ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida. 
Nunca. 
Mas agora, com sua licença. 
Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. 
Meu tempo não se mede em relógios. 
E a vida lá fora, me chama!"

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