quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Dois

O som da chuva no asfalto trazia um som suave que cortava o silêncio da urbana madrugada. Dois corpos nus, abraçados a janela, observavam mais do que a paisagem lá fora. A luz amarela dos postes, junto ao encanto da lua, bastavam no quarto que se mantinha escuro. Uma mistura de suor e encantamento. Dois corações que palpitavam em amplo compasso. Nenhuma palavra era necessária: as mãos, o toque, ditavam o ritmo e as cores daquele quadro em movimento. Admiravam o instante e escreviam linhas sinuosas e coloridas na descoberta de um mundo maior. Ela fecha os olhos e é envolvida naquele abraço. Ele a olha e sorri com os olhos. Os dedos dele por entre os cabelos dela, envolvidos cada vez mais. Ele vê, ela sente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário